El artículo
original forma parte de la serie 'Covid-19 & The Future of Cities' para el blog citiestobe.com, plataforma para la reflexión entorno a la
realidad urbana impulsada por anteverti, consultora experta en Smart Cities e
innovación urbana.
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2020
Como
se sabe, a crise do Covid-19 trará grandes consequências sociais que mudarão
radicalmente nossas relações humanas e os espaços em que habitam. Sendo a
manifestação concentrada do mundo contemporâneo, as cidades serão atingidas por
esse paradigma instável.
Os
espaços urbanos terão que reajustar seu design e suas infraestruturas à nova
realidade. Também nossas interações sociais mudarão. Não teremos mais tanta
interação com os outros quando saírmos. Algumas culturas - as mais quentes -
terão que mudar mais dramaticamente. Nós nos perguntamos: o que acontecerá com
os dois ou três beijos, tradicionais em alguns países do sul da Europa? Ou com
o aperto de mãos, usado nas culturas Anglo saxônicas? Essa situação de
“distância física” nos levará a desenvolver uma vida mais virtual, onde as
plataformas online se tornarão, ainda mais, a nova esfera pública.
Como
será o futuro em nossas cidades? Como essa crise vai transformar nosso espaço
público e vida social nas cidades? Nós não sabemos ainda. A única coisa que
podemos fazer agora é avaliar o que está acontecendo e aprender com os
resultados, a fim de melhorar as cidades no futuro.
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| Placemaking: unindo pessoas, mas mantendo-as separadas
Uma
grande parte da história do planejamento urbano consistiu em gerenciar nossa
saída de doenças infecciosas e pandemias. Hoje, o Covid-19 está desafiando a
urbanização novamente, reabrindo o debate sobre qual modelo de cidade é
preferível: expansão urbana ou densificação urbana. Enquanto cidades densamente
povoadas e hiperconectadas são mais eficientes e sustentáveis, elas podem
ampliar o risco de transmissão pandêmica.
Assim,
as cidades - especialmente as densamente povoadas - precisarão criar e adaptar
ambientes e infraestruturas públicas para serem habitáveis, seguras, ágeis e
adaptáveis. Portanto, o urbanismo tático - intervenções de curto prazo, baixo
custo e escalonáveis - pode desempenhar um grande papel na definição e
implementação de projetos-piloto. Da mesma forma, o envolvimento da comunidade
é essencial, pois permite a aquisição de conhecimento local e, ao mesmo tempo,
garante a conformidade pública com as decisões políticas.
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|Adaptação de ambientes urbanos às novas necessidades
Devido
à pandemia de Covid-19, tanto as instalações urbanas - transporte público,
lazer, lojas etc. - como os espaços públicos precisarão se adaptar para que
todas as medidas preventivas sejam cumpridas. Em ambientes fechados, os
regulamentos serão mais rigorosos: a limpeza e a desinfecção serão feitas com
maior frequência, novas medidas, como o uso de desinfetantes para as mãos ou a
limpeza das solas dos sapatos, serão implementadas e sua capacidade precisará
ser reduzida para atender ao distanciamento físico. Além disso, equipamentos de
proteção - máscaras, luvas, monitores, sensores etc. - e métodos de controle de
acesso serão instalados para evitar qualquer risco de transmissão e infecção.
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Habitação como um direito e a multifuncionalidade como uma obrigação
As
políticas de permanência em casa estão exacerbando as desigualdades, uma vez
que grande parte da população mundial vive em bairros precários ou não tem
casa. Para completar, lugares comuns para encontrar abrigos ou banheiros -
bibliotecas, academias - estão fechados. Consequentemente, à medida que o
coronavírus se espalha, esses grupos são os mais vulneráveis.
Isso
leva à conclusão de que, após o Covid-19, o design dos ambientes internos terá
que mudar. Se as pessoas passarem mais tempo em ambientes fechados, as casas
precisarão acomodar mais usos.
Os
apartamentos deverão ser adequadamente ventilados e melhor iluminados, a fim de
melhorar as condições de vida e evitar que edifícios totalmente fechados
recirculem patógenos através de seus sistemas. Os espaços compartilhados
precisarão ser repensados também.
4|
Ajustando a vida cotidiana ao "novo normal"
A
pandemia afetou quase todos os aspectos da vida das pessoas e, no momento,
voltar aos velhos hábitos não parece um cenário possível. Então, como será a
"nova normalidade"?
A
mobilidade local e internacional será monitorada e controlada, enquanto as
cidades já estão tentando reorganizar fluxos, reagendar atividades de trabalho
e escolares para evitar concentrações durante a hora do rush. Teremos que nos
acostumar com novas rotinas e comportamentos sociais, que podem mudar
radicalmente nossa maneira de utilizar o espaço público.
Os
efeitos psicológicos das políticas de permanência em casa e do distanciamento
físico serão fortes, especialmente nas culturas em que reuniões e atividades ao
ar livre estão no centro da vida social.
Tudo
o que se considerava normal até alguns meses atrás pode mudar drasticamente,
não apenas por causa das novas regras e restrições, mas também por causa do
medo das pessoas de interagir fisicamente com outras pessoas.
5|
Fisicamente separados, porém mais conectados do que nunca?
O
“novo normal” também terá um efeito direto no uso dos espaços urbanos, em um
contexto em que haverá uma mudança drástica de como desenvolver a vida social
ao ar livre para ficar mais confinado. Um consumo maior de atividades baseadas
na Internet (compras on-line, telemedicina, macro eventos, artes e lazer etc.)
se tornará mais comum. Apesar dos grandes desafios que essa mudança trará,
também representa uma oportunidade para todas essas atividades se reinventarem
por meio de inovação e novas tecnologias.
O
contraponto dessa alta dependência tecnológica da nova vida virtual aumentará a
desigualdade social. Como nem todos contam com conexão apropriada à Internet e
dispositivos digitais, essa crise é uma oportunidade para repensar a
viabilidade futura da educação telemática e dos modelos de trabalho
improvisados durante a quarentena. Na aplicabilidade ao “novo normal”, será
essencial estabelecer regulamentos que garantam a inclusão social.
6|
Economia de Assistência:
Construindo
comunidades mais resilientes
A
crise da saúde revelou claramente as vulnerabilidades dos grupos mais
desfavorecidos. A necessidade de responder às suas necessidades durante o
bloqueio demonstrou ser ainda mais premente do que antes. Muitos municípios
desenvolveram planos para apoiar famílias de baixa renda, idosos ou
trabalhadores precários, mas, ao mesmo tempo, a mobilização de baixo para cima
de associações de vizinhos e organizações autogerenciadas revelou-se um ativo
muito importante para as comunidades locais.
No
entanto, quando o bloqueio terminar, os problemas socioeconômicos estruturais
que o coronavírus revelou permanecerão. Isso demonstra a importância de
estabelecer maneiras seguras de ajudar as pessoas idosas e proteger
trabalhadores precários ou cuidadores domésticos, além de apoiar os pais na
reconciliação de sua vida profissional e pessoal. Conseguir isso representará
um grande passo em direção a uma sociedade mais resiliente.
O
QUE VEM DEPOIS?
O
TEMPO PARA COMUNIDADES E AMBIENTES MAIS IGUAIS E RESILIENTES
A
crise da pandemia de Covid-19 foi o gatilho para tornar visível uma série de
problemas sociais e econômicos preexistentes nas cidades contemporâneas.
As
desigualdades sociais e as diferenças de classe se manifestaram mais obviamente
- com trabalhadores "essenciais" tendo que sair para trabalhar; as
condições de moradia são muito diferentes para todos durante o confinamento ou
a impossibilidade de acessar novas tecnologias para vários grupos sociais.
Questões que deixaram ainda mais claro o fato de que vivemos em uma sociedade
desigual, suscetível de colapsar diante de qualquer crise.
Se
nas últimas décadas a forma como governos e empresas coletam dados de
indivíduos para fins de Big Data esteve na agenda de todas as discussões, a
crise do Covid-19 ampliará o debate. A necessidade de mais disciplina e novos
regulamentos pode inevitavelmente levar a uma situação de controle social. Nesse
novo contexto, haverá uma necessidade de encontrar um equilíbrio entre o
estabelecimento da segurança,. a saúde e o bem estar de todos, porém
respeitando ao mesmo tempo a liberdade individual e coletiva
No
entanto, apesar do impacto que o Covid-19 terá nas cidades, deveríamos
considerar essa crise como uma oportunidade para repensar nossas cidades e
criar comunidades mais resilientes e ambientes habitáveis.
Artículo escrito por Cristina Garrido, Mireia Tudurí, Anna Gonzàlez y Eleonora Giorgi. El artículo original forma
parte de la serie 'Covid-19 & The Future of Cities' para el blog citiestobe.com, plataforma para la reflexión entorno a la
realidad urbana, impulsada por anteverti, consultora experta en Smart Cities e innovación urbana.
Acerca das Autoras:
tradução| paulo celso da silva
original
disponível em :
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